Índio que estampa arte de rua vira personagem de livro na capital 10/04/2017 às 12:36

Publicado: 10/04/2017 | Atualização: 10/04/2017
Índio Xadalu? é conhecido por estampar adesivos e cartazes colados por toda Porto Alegre e capitais como Rio de Janeiro, Paris ou TóquioFoto: Divulgação/Sedactel

O livro Xadalu - Movimento Urbano, de Dione Martins, será lançado nesta terça-feira (11), às 19h, no Mezanino da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). Protagonista da história, que também virou documentário, o sorridente índio Xadalu é conhecido por estampar adesivos e cartazes colados por toda Porto Alegre e capitais como Rio de Janeiro, Paris ou Tóquio. O evento gratuito terá sessão de autógrafos e bate-papo com o público. 

Financiado pelo Pró-Cultura RS - Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a publicação em edição trilíngue (português, inglês e guarani) traz um panorama da trajetória do artista gaúcho e reúne algumas de suas principais obras. Desde o surgimento do personagem em 2004, Dione adotou Xadalu como seu nome artístico para participar de exposições, acervos de museus e festivais. Com adesivos, cartazes e fotografias, ele repovoa os grandes centros urbanos denunciando através da arte e conscientizando sobre as questões da causa indígena, arte de rua e organização do espaço público.

O livro traz textos de Vitor Mesquita, Francisco Dalcol, André Venzon, Patrícia Ferreira e Adauany Zimovski e contém um caderno pedagógico destinado ao público infantojuvenil. Com a colaboração de Kerexu - moradora da Aldeia Mbya-Guarani Koenju, em São Miguel das Missões -, a seção traz páginas para colorir, conceito de espacialidade, lugar, paisagem e sonho na perspectiva Guarani, propondo exercícios reflexivos a partir desses termos. O caderno será usado nas disciplinas de Educação Artística das escolas de quatro comunidades indígenas do Rio Grande do Sul, que receberão doação de 40% da tiragem dos livros.

Natural de Alegrete, Dione Martins veio para a capital gaúcha com a família no início da adolescência. Trabalhou como gari e estudou serigrafia, técnica usada na produção de camisetas, cartazes e adesivos. Em pouco tempo, sua visão diferenciada da paisagem urbana dos tempos de gari foi se fundindo com o trabalho nas artes visuais. Nascia o artista de rua e sua marca.



Texto: Roberta Amaral/Sedactel
Edição: Gonçalo Valduga/Secom